
O Supremo Tribunal Federal (STF [1]) anunciou a realização de uma cerimônia institucional de alto relevo para marcar os três anos dos episódios de 8 de janeiro de 2023. Intitulado "8 de janeiro [2] - Um dia para não esquecer", o evento tem como objetivo central reforçar a resiliência das instituições republicanas e a solidez do Estado Democrático de Direito. A solenidade será presidida pelo ministro Edson Fachin, atual presidente da Suprema Corte, e reunirá autoridades para um momento de reflexão sobre a defesa da Constituição.
A programação organizada pelo STF busca manter viva a memória coletiva sobre a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes. Entre as atividades principais, destaca-se a exibição do documentário "Democracia Inabalada: Mãos da Reconstrução". A obra detalha não apenas o choque da invasão, mas o esforço hercúleo de peritos, restauradores e servidores que trabalharam para reerguer o edifício-sede após os danos severos sofridos no fatídico domingo de 2023.
Debate e reflexão sobre o papel da mídia
Além das homenagens simbólicas, o STF promoverá uma roda de conversa inédita com jornalistas que cobriram os ataques em tempo real. O debate focará na responsabilidade da imprensa e no papel da informação verídica no combate às ameaças autoritárias. Especialistas em direito constitucional e ciência política também participarão de uma mesa de debate no Salão Nobre, discutindo os mecanismos jurídicos que garantiram a continuidade dos trabalhos da Corte mesmo diante do cenário de devastação.
Vale lembrar que o prédio do STF foi o mais atingido entre as três sedes vandalizadas. O Plenário, coração das decisões judiciais do país, foi completamente arrasado no pavimento térreo. Vidraças icônicas foram estilhaçadas, estátuas históricas — como a "A Justiça", de Alfredo Ceschiatti — sofreram danos e móveis centenários foram destruídos, gerando um prejuízo milionário ao patrimônio público.
A reconstrução física e institucional do tribunal
O evento serve como um marco da superação. A destruição estendeu-se a salas administrativas e obras de arte de valor inestimável, mas a resposta da justiça brasileira foi célere. Ao completar três anos desses atos, o STF reafirma sua posição como guardião da Constituição. A reconstrução física, finalizada em tempo recorde para a abertura do ano judiciário de 2023, é hoje utilizada como metáfora para a própria força da democracia nacional.
Pontos principais da programação no STF:
Ato Solene: Discurso do ministro Edson Fachin sobre a estabilidade institucional.
Cultura e Memória: Exibição do documentário sobre o processo de restauração do Plenário.
Debate: Mesa redonda com juristas no Salão Nobre sobre a proteção do Estado de Direito.
Exposição: Mostra de itens que foram restaurados após o vandalismo de 2023.
Com esta iniciativa, o STF não apenas recorda um período sombrio da história política recente, mas projeta para o futuro um compromisso inegociável com a ordem democrática. O tribunal reforça que a justiça brasileira permanece vigilante contra qualquer tentativa de desestabilização das regras que regem a nação.
[1] https://portal.stf.jus.br/
[2] https://abcdoabc.com.br/dois-anos-dos-ataques-golpistas-de-8-de-janeiro/