A tradicional Corrida Internacional de São Silvestre [1], reconhecida como uma das mais importantes provas de rua da América Latina e o maior evento do gênero no Brasil, alcança um marco histórico em 2025. A competição chegará à sua 100ª edição [2], celebrando um século de existência. Essa trajetória centenária possui um vínculo direto e indissociável com o Clube Esperia, agremiação que revelou o vencedor da primeira edição da prova, realizada em 1925.
O atleta esperiota Alfredo Gomes foi o responsável por garantir a vitória inaugural, assegurando que a primeira taça da competição fizesse parte do acervo histórico do clube. Sobre a relevância deste marco, o Dr. Osvaldo Arvate Júnior, Presidente do Clube Esperia, destacou:
“Esse feito simboliza nossa história do Esperia acerca do compromisso com o esporte e a formação de atletas. Ver a São Silvestre crescer e saber que o clube fez parte de sua origem reforça nossa tradição. É uma honra acompanhar essa trajetória centenária que inspira o país e mantém vivo o espírito de superação do Esperia”.
A origem e o percurso tradicional
Idealizada pelo jornalista Cásper Líbero, a prova mantém a tradição de ser realizada no último dia do ano. O percurso clássico da São Silvestre desafia os corredores por 15 km através das vias de São Paulo. O trajeto abrange locais icônicos e históricos da capital paulista, passando por avenidas como Pacaembu, Rio Branco, Ipiranga e Duque de Caxias, além de marcos do Centro como o Largo do Paissandu, o Viaduto Nove de Julho e a Avenida Brigadeiro Luís Antônio.
Alfredo Gomes: O pioneiro da São Silvestre
A história do primeiro campeão é um exemplo de resiliência. Neto de escravos e autodidata, Alfredo Gomes trabalhava como eletricista e conciliava sua rotina profissional com treinos na pista do Clube Esperia. Sua dedicação culminou na vitória histórica na estreia da São Silvestre.
Naquela noite de 31 de dezembro de 1925, a largada ocorreu às 23h55. Alfredo superou outros 61 corredores, completando o percurso original de 8.800 metros em 23m19s. O triunfo não apenas o consagrou como um dos grandes nomes do atletismo nacional, mas também estabeleceu um padrão de superação que se tornaria a marca registrada da competição.
Preservação do acervo e legado de vitórias
O Clube Esperia desempenha um papel fundamental na manutenção da memória esportiva brasileira. A instituição preserva a taça conquistada por Alfredo Gomes, considerada um dos itens mais valiosos de sua coleção. O troféu simboliza o pioneirismo e a importância do clube no fomento às corridas de rua no país.
A tradição de vitórias do clube na São Silvestre não parou em 1925. Apenas dois anos depois, em 1927, o italiano Heitor Blasi, também defendendo as cores do Esperia, venceu a prova com o tempo expressivo de 23 minutos.
Tanto Gomes quanto Blasi continuaram a acumular resultados positivos em outras competições de prestígio, como a "Volta de São Paulo", a "Urbino Taccola" e a "Volta de Campinas", solidificando a reputação do Esperia como um celeiro de talentos no atletismo
[1] https://abcdoabc.com.br/sao-silvestre-inspira-novos-corredores-veja-como-comecar-com-seguranca/
[2] https://www.saosilvestre.com.br
Anael Lopes 
