
O cerco fechou e agressores de mulheres [1] somam mais de 11 mil detidos pelas forças de segurança de São Paulo somente neste ano. Esse dado expressivo, divulgado nesta terça-feira (30), reflete uma integração inédita entre a Secretaria de Segurança Pública e a Secretaria de Políticas para a Mulher. O objetivo central é claro: transformar mandados judiciais em prisões efetivas e interromper o ciclo de violência doméstica no estado.
Dos total de detidos, 4 mil foram capturados especificamente durante operações especiais. A mais recente, batizada de "Ano Novo, Vida Nova", teve início na segunda-feira (29) e já resultou no cumprimento de pelo menos 233 novos mandados. A mobilização envolveu todos os Departamentos de Polícia Judiciária do Interior e da Capital, demonstrando tolerância zero contra a impunidade.
Operação contra agressores de mulheres é prioridade
A estratégia do governo paulista foca em retirar de circulação indivíduos que já possuem condenação ou que descumpriram medidas cautelares. Segundo o secretário de Segurança Pública, Osvaldo Nico Gonçalves, a tendência é que os números cresçam ainda mais nos próximos dias.
“O número de prisões ainda vai subir. São pessoas condenadas que descumpriram medidas cautelares. Quase 1,5 mil policiais envolvidos. Não vamos dar trégua. A defesa da mulher é prioridade”, afirmou o secretário.
A fiscalização rigorosa sobre agressores de mulheres é uma resposta direta à necessidade de garantir a eficácia das decisões judiciais. Ao atuar de forma preventiva e repressiva, o Estado busca evitar que ameaças e lesões corporais evoluam para casos fatais.
Perfil dos detidos e desrespeito à justiça
A coordenadora das Delegacias de Defesa da Mulher (DDMs), Cristiane Braga, traçou um perfil detalhado dos capturados. Embora haja registros de crimes variados, a incidência maior recai sobre lesão corporal e, crucialmente, o descumprimento de medidas protetivas.
Isso revela um padrão de comportamento onde os agressores de mulheres ignoram sistematicamente as ordens judiciais de afastamento.
Reincidência: A maioria dos presos já possui condenações anteriores.
Vínculo: Grande parte são companheiros ou ex-companheiros das vítimas.
Faixa Etária: Predomínio de homens mais jovens.
Cristiane Braga ressalta que a prisão evita a reincidência em condutas mais graves. O balanço atual refere-se ao acumulado até outubro, indicando que o total de agressores de mulheres presos até o fechamento do ano será recorde.
Infraestrutura pioneira e SP Por Todas
Além da repressão policial, o estado aposta em uma rede de acolhimento robusta. Adriana Liporoni, secretária de Políticas para a Mulher, destaca que São Paulo possui 142 Delegacias da Mulher, um número dez vezes superior à média de outros estados.
A tecnologia também é aliada nesse combate. A DDM Online permite o registro de boletins de ocorrência e solicitação de medidas protetivas de qualquer lugar, facilitando a denúncia contra agressores de mulheres sem que a vítima precise se deslocar e correr riscos desnecessários.
As ações integram o movimento SP Por Todas [2], que visa ampliar a visibilidade das políticas públicas e fortalecer a autonomia feminina. Iniciativas como o aplicativo SP Mulher Segura conectam vítimas diretamente à polícia, garantindo socorro rápido. Com repressão qualificada e suporte integral, São Paulo endurece o tratamento contra agressores de mulheres.
[1] https://abcdoabc.com.br/agressores-de-mulheres-alvo-megaoperacao-sp/
[2] http://www.spportodas.sp.gov.br/