Piloto que fez pouso de emergência em Campinas é aluno de aviação e mostrou calma, diz CEO de escola

Avião faz pouso de emergência após sofrer dano em trem de pouso no interior de SP O piloto que fez um pouso de emergência com um avião com o trem de pouso danificado em Campinas (SP) é um aluno de uma escola de aviação e treinava um voo solo. A informação foi confirmada pelo CEO da escola, comandante José Ramos, que definiu a performance do aluno como "muito boa, como de um profissional". Segundo o comandante, além de mostrar proficiência, ele manteve a calma em um voo solo, cumprindo todos os protocolos corretamente. O pouso ocorreu na manhã desta sexta-feira (25), no Aeroporto dos Amarais, e ninguém se feriu. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Campinas no WhatsApp Em nota, a escola, chamada Safe, informou que "a roda dianteira colapsou antes da parada da aeronave". "O aluno está bem, e durante a preparação para o pouso, seguiu todos os procedimentos previstos e recomendados pelos manuais da SAFE, tendo inclusive realizado passagens baixas antes do pouso para se certificar da condição do trem, demonstrando proficiência e calma adquirida ao longo de seu treinamento", diz a nota. Dano no trem de pouso Imagem ilustrativa do modelo do avião que o aluno pilotava: Texas Aircraft Colt 100 Arquivo pessoal Formado por rodas, pneus, freios e outros componentes associados, o trem de pouso de uma aeronave é o sistema de apoio que permite que ela decole e pouse com segurança. Os componentes do equipamento são projetados para suportar o peso da aeronave no solo e permitir um deslocamento suave e com equilíbrio na pista. No caso do Texas Aircraft Colt 100, modelo da aeronave que o aluno pilotava, os três trens de pouso são fixos. O trem danificado foi o dianteiro, também chamado de "nariz". Como ocorreu o pouso? De acordo com o CEO, durante o treinamento de pouso e decolagem em Araras, o aluno percebeu que fez um "toque anormal" no solo, ou seja, um pouso mais brusco, que pode ter gerado dano no "trem do nariz" da aeronave. O aluno imediatamente notificou a estação de tráfego aéreo e o plano de emergência precisou ser acionado, explicou o CEO. "Ele foi muito bem, apesar de ser um aluno ainda em formação. E ele teve uma proficiência muito boa, muita calma, comunicou a empresa, comunicou o controle, fez as esperas necessárias com muita tranquilidade", disse o CEO. A aeronave realizou o pouso com sucesso e, após inspeção, foi confirmado o dano. Equipes da concessionária e do Corpo de Bombeiros foram acionados, mas ninguém ficou ferido. A plataforma FlightRadar registrou o voo da aeronave, que decolou às 10h57 em Campinas e seguiu até a região de Araras (SP). Depois, retornou a Campinas (SP), onde voou em círculos até pousar (assista acima). Segundo a Rede Voa, concessionária responsável pelo aeroporto, o Centro de Controle Operacional (CCO) foi informado sobre a ocorrência envolvendo o avião PS-SFL, do modelo Texas Aircraft Colt 100. A aeronave foi encaminhada ao fabricante, onde passará por reparo, e as autoridades aeronáuticas foram acionadas. Por que ele rodou em círculos? Existem protocolos importantes a serem seguidos em situações de danos no trem de pouso da aeronave, segundo o comandante José Ramos. Entre eles, estão: Comunicar e seguir orientações: o primeiro passo é avisar o centro de controle e buscar seguir as orientações de pouso; Acionar equipes de emergência do aeroporto: para evitar maiores danos em caso de problema na hora do pouso, é necessário esperar até que a equipe de emergência esteja posicionada e preparada para atuar; Realizar a "passagem baixa" pela torre: este é o momento em que o avião se aproxima da torre para que a central possa avaliar se a nave está danificada Consumir combustível: para evitar explosões, é recomendado que o piloto consuma o máximo de combustível possível antes de aterrissar. A execução de todas estas etapas explica a rota em círculos feita pelo aluno, que aguardou orientações, equipe de emergência e consumiu o combustível do avião. Aluno piloto pode fazer voo solo? Sim. Segundo o regulamento da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o aluno deve cumprir regras para voar sozinho. As exigências estão descritas na seção "Licença de aluno piloto" do Regulamento Brasileiro de Aviação Civil (RABC) 61. A cartilha reúne regras gerais e específicas para cada tipo de aeronave. Entre as regras gerais, estão: ter 18 anos ou mais ser aprovado no exame teórico da Anac referente à licença de piloto privado, piloto de planador ou piloto de balão livre, respeitada a categoria da licença pretendida; demonstrar ao instrutor conhecimentos técnicos de características e limitações operacionais da aeronave a ser utilizada na instrução prática de voo; demonstre conhecimentos sobre as regras do ar e procedimentos específicos do aeródromo onde se realizará o voo. Além disso, precisa cumprir uma série de treinamentos exigidos antes de voar sozinho. Investigação Segundo o comandante José Ramos, duas investigações foram abertas — uma interna e outra conduzida pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) — para esclarecer os fatos. "Como o dano foi pequeno, é fácil de reparar. Essa aeronave deve voltar a voar na próxima semana já", comentou o CEO. As informações iniciais apontam para o fato de que o dano aconteceu durante o voo, uma vez que a aeronave foi inspecionada por um instrutor e pelo próprio aluno antes da decolagem. "Temos a frota mais nova do Brasil e essa aeronave é a mais nova, foi entregue esse ano", defende o CEO. Avião faz pouso de emergência após sofrer dano em trem de pouso no interior de SP Reprodução/FlightRadar VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e Região Veja mais notícias sobre a região na página do g1 Campinas.
