
Se você recebeu o diagnóstico de diabetes gestacional [1] ou está no período de fazer aquele famoso exame da "curvinha glicêmica" (o TOTG), respire fundo. Você não está sozinha. Essa é uma condição que atinge cerca de 18% das gestantes brasileiras, segundo estimativas populacionais da International Diabetes Federation (IDF [2]).
O diabetes gestacional acontece porque nosso corpo muda muito para o bebê crescer. Então, a primeira coisa que você precisa saber, de mãe para mãe, é: não se culpe. Às vezes, a nossa insulina não dá conta dos hormônios da placenta e o açúcar no sangue sobe. Mas a boa notícia? É que com os cuidados certos, você e seu bebê passarão por isso com total segurança.
O diabetes gestacional costuma aparecer a partir da 24ª semana e, o que é mais traiçoeiro: ele quase nunca dá sintomas. Por isso, não pule os exames.
(Imagem: Freepik)
Conversamos com o Dr. Mário Macoto Kondo, do Grupo Santa Joana, e com a nutricionista Patricia Ruffo, da Abbott, que nos deram o caminho para uma gestação tranquila.
“O diagnóstico precoce faz toda a diferença. Quando identificado e controlado, o diabetes gestacional não traz riscos significativos à mãe ou ao bebê. Mas se não for tratado, pode causar complicações como parto prematuro, ganho excessivo de peso fetal e aumento do risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2 na vida adulta da mãe”, explica Dr. Mário.
A nutricionista Patricia Ruffo nos lembra que, para a maioria das mulheres, essa condição é temporária e se resolve logo após o parto.
Confira as dicas práticas para o seu dia a dia:
(Reprodução/TV Brasil)
Carboidratos com estratégia: Não precisa cortar tudo! Troque o pão branco e os doces por versões integrais, frutas e muitas verduras. Distribua sua ingestão de alimentos com carboidratos ao longo do dia para manter a glicemia estável.
Coma "picadinho": Em vez de três pratos grandes, faça pequenas refeições a cada 2 ou 3 horas. Isso evita que a sua glicose dê aqueles "picos" que cansam o corpo.
Mova o corpo (no seu ritmo): Se o seu médico liberar, mantenha-se ativa. Até uma caminhada de 10 minutos depois de comer já ajuda o corpo a usar o açúcar de forma mais eficiente.
De olho na pontinha do dedo: Medir a glicemia nos horários certos é como ter um GPS: te mostra se o caminho que você está seguindo na alimentação está funcionando ou se precisa de um ajuste.
Atenção ao futuro: Quem teve diabetes gestacional tem uma chance maior de desenvolver o tipo 2 mais tarde. Por isso, continue se cuidando no pós-parto. É um convite da vida para manter hábitos saudáveis para sempre.
Quem precisa de atenção redobrada?
Fique atenta se você:
Tem histórico familiar de diabetes;
Estava acima do peso antes de engravidar;
Tem mais de 35 anos;
Teve pressão alta ou ovários policísticos.
A rede de apoio faz a diferença
Lidar com o diabetes gestacional sozinha é pesado demais. O ideal é ter um time: seu obstetra, um nutricionista e, se necessário, um endocrinologista. Juntos, eles garantem que, mesmo com a glicemia alterada, o seu parto seja seguro e o seu bebê nasça super saudável.
Lembre-se: O diagnóstico não define a sua jornada. Ele é apenas um sinal de que o seu corpo precisa de um pouquinho mais de carinho e atenção neste momento.
[1] https://abcdoabc.com.br/diabetes-gestacional-acompanhamento-e-essencial-para-que-mae-e-bebe-nao-desenvolvam-complicacoes/
[2] https://idf.org/