
No mês dedicado à conscientização sobre hepatites virais [1], conhecido como Julho Amarelo [2], o Governo do Estado de São Paulo intensifica suas ações voltadas à prevenção e controle dessas infecções. Uma das iniciativas mais recentes é a implementação de um painel digital que permite o monitoramento em tempo real dos casos de hepatite A e outras doenças relacionadas à transmissão hídrica e alimentar, como febre tifóide e poliomielite.
A nova ferramenta foi desenvolvida pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) e fornece dados atualizados sobre a incidência das hepatites virais, incluindo informações detalhadas por faixa etária, gênero e outros critérios demográficos. O acesso à plataforma é gratuito e pode ser feito através do link: painel da SES [3].
As hepatites virais, que incluem os vírus A, B e C, são infecções que afetam o fígado e podem manifestar-se de maneira assintomática. Em casos graves, essas doenças podem evoluir para condições crônicas como cirrose ou câncer hepático. Além dos vírus, existem também hepatites associadas ao consumo de substâncias como álcool e drogas, assim como condições autoimunes e genéticas.
De acordo com Tatiana Lang, diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) da SES-SP, "A vacinação é uma ferramenta essencial para prevenir infecções por hepatites virais. É crucial que a população adote práticas seguras para evitar contágios e assegure diagnósticos precoces".
A imunização contra a hepatite B é especialmente importante para recém-nascidos, visto que a transmissão pode ocorrer durante a gestação ou o parto. Além disso, a doença também pode ser transmitida por meio do contato com sangue ou fluidos corporais em ambientes domésticos. A vacinação precoce é fundamental para prevenir infecções crônicas que podem resultar em sérias complicações hepáticas.
Em termos de dados epidemiológicos, o estado de São Paulo registrou 949 casos de Hepatite A em 2023, representando um aumento alarmante de 90% em comparação ao mesmo período do ano anterior, quando foram notificados 498 casos. Já a Hepatite B teve 560 casos até abril deste ano, enquanto no ano passado foram contabilizados 2.483. No que diz respeito à Hepatite C, os números indicam 641 casos em 2023, em comparação a 3.159 no ano anterior.
As diferentes formas de hepatite apresentam modos distintos de transmissão. A hepatite A se propaga pela via fecal-oral através do consumo de alimentos ou água contaminados e pode ser prevenida com a vacina administrada a partir dos 12 meses de idade. Por sua vez, a hepatite B se dissemina principalmente por relações sexuais desprotegidas e pelo compartilhamento de objetos pessoais; sua prevenção envolve uma vacina aplicada em três doses.
A hepatite C é transmitida pelo contato com sangue infectado e frequentemente não apresenta sintomas evidentes. O diagnóstico é essencial e pode ser realizado pelo SUS [4], onde também é possível obter tratamento adequado. Já a hepatite D tem transmissão semelhante à da hepatite B; seus sintomas incluem fadiga e icterícia. A vacinação contra a hepatite B também protege contra o vírus D, visto que este depende do primeiro para se replicar.
[1] https://abcdoabc.com.br/casos-hepatites-virais/
[2] https://abcdoabc.com.br/julho-amarelo-alerta-para-hepatites-virais/
[3] https://nies.saude.sp.gov.br/ses/publico/dtha
[4] https://abcdoabc.com.br/sao-paulo-recebe-profissionais-do-mais-medicos/