
A Manus, startup de inteligência artificial [1] sediada em Singapura, acaba de ser comprada pela Meta Platforms em uma movimentação estratégica de mercado. Mark Zuckerberg volta aos holofotes ao adquirir a empresa que ganhou notoriedade no Vale do Silício logo após seu lançamento, na primavera de 2025. A tecnologia chamou a atenção global por demonstrar agentes autônomos capazes de executar tarefas complexas, como triagem de candidatos e planejamento detalhado de viagens.
O diferencial competitivo da Manus reside em sua capacidade de análise técnica. A startup afirma que seus algoritmos de avaliação de portfólios de ações superam o Deep Research da OpenAI. Essa eficiência operacional transformou a empresa em um alvo prioritário para grandes conglomerados de tecnologia.
Ascensão meteórica e números da Manus
O crescimento financeiro da empresa foi explosivo. Logo após sua estreia em abril de 2025, a Manus atraiu uma rodada de investimentos liderada pela respeitada firma Benchmark. O aporte de US$ 75 milhões elevou a avaliação da startup para US$ 500 milhões, colocando Chetan Puttagunta no conselho administrativo.
Além da tecnologia de ponta, a Manus provou ser uma máquina de vendas. A empresa já conta com milhões de usuários ativos e gera uma receita recorrente anual superior a US$ 100 milhões. Segundo apuração do Wall Street Journal, a Meta concordou em pagar o valor exato que a startup buscava em sua próxima rodada de financiamento: US$ 2 bilhões.
Para Zuckerberg, a aquisição da Manus resolve uma dor latente dos acionistas. Enquanto investidores questionam os gastos de US$ 60 bilhões em infraestrutura da Meta, a nova aquisição traz um produto pronto e lucrativo, justificando o alto investimento em data centers.
A Meta planeja integrar a tecnologia da Manus nas seguintes plataformas:
Facebook;
Instagram;
WhatsApp;
Chatbot Meta AI existente.
Tensão geopolítica e a origem chinesa
A negociação não ocorreu sem escrutínio político. Os fundadores da Manus estabeleceram sua empresa-mãe, a Butterfly Effect, em Pequim em 2022, mudando-se para Singapura apenas em meados de 2025. Essa origem despertou o alerta de legisladores nos Estados Unidos.
O senador republicano John Cornyn, membro sênior do Comitê de Inteligência, expressou preocupação sobre o capital americano da Benchmark estar ligado a uma empresa com raízes chinesas. Cornyn tem liderado críticas bipartidárias sobre a concorrência tecnológica com a China.
Para blindar a operação, a gigante de tecnologia agiu rápido. Um porta-voz declarou à Nikkei Asia que, após a transação, a Manus cortará todos os vínculos com investidores chineses, como Tencent e ZhenFund. Além disso, as operações da startup na China serão encerradas imediatamente.
A estratégia é clara: limpar o terreno para uma expansão global sem barreiras regulatórias. Ao garantir que não haverá interesses chineses remanescentes, Zuckerberg assegura que a tecnologia da Manus [2] será um pilar fundamental e seguro na disputa pela liderança da inteligência artificial no ocidente.
[1] https://abcdoabc.com.br/inteligencia-artificial-definir-alcanca-metas-2026/
[2] https://manus.im