A Secretaria de Saúde do Distrito Federal [1] anunciou a confirmação de dois casos de raiva em morcegos, resultantes de laudos laboratoriais realizados recentemente. No dia 5 deste mês, um morcego coletado na região administrativa de Sobradinho testou positivo para a doença. Três dias antes, outro morcego, também da mesma espécie, foi encontrado em Planaltina com o mesmo resultado positivo.
Os morcegos pertencem à espécie Artibeus lituratus, conhecida popularmente como morcego-da-cara-branca, que se alimenta predominantemente de frutas. Segundo as autoridades de saúde, esses animais não tiveram contato com seres humanos, tendo se relacionado apenas com cães.
Em face da atual situação epidemiológica que revela a circulação do vírus da raiva na população de morcegos no Distrito Federal, a Secretaria de Saúde [2] enfatiza a gravidade da doença, que possui uma taxa de letalidade próxima a 100%. Por isso, medidas adicionais de prevenção e controle são consideradas essenciais neste momento.
Nos próximos dias, a vigilância sanitária planeja instalar armadilhas para morcegos com o objetivo de realizar estudos laboratoriais adicionais. A população é incentivada a reportar qualquer encontro ou contato direto com morcegos em áreas públicas ou privadas, para que ações apropriadas possam ser implementadas.
Além disso, a Secretaria fez uma série de recomendações ao público:
Entrar em contato com a equipe de zoonoses pelos números (61) 3449-4432/4434 ou pelo Disque Saúde (160) ao avistar morcegos ou outros animais silvestres que pareçam estar doentes;
Assegurar a vacinação anual de cães e gatos através das campanhas oferecidas pela Secretaria, bem como a vacinação dos rebanhos sob supervisão da Secretaria de Agricultura;
Evitar qualquer forma de interação com animais silvestres, uma vez que não é possível garantir a saúde destes animais;
Em caso de acidentes envolvendo morcegos ou outros animais silvestres, lavar o ferimento com água e sabão e procurar uma unidade de saúde para avaliação e possível profilaxia vacinal.
Mais informações sobre a raiva e os procedimentos de profilaxia antirrábica estão disponíveis no site oficial da Secretaria. Para esclarecimentos adicionais, a população pode contatar a área técnica através do telefone (61) 3449-4439 ou via e-mail.
Entendendo a Doença
A raiva é uma infecção causada por um Lyssavirus que provoca encefalite progressiva e fatal em mamíferos, incluindo humanos. O vírus é transmitido por saliva contaminada através de mordidas, arranhaduras ou lambeduras de animais infectados. Uma vez no local da lesão, o vírus se propaga pelas terminações nervosas até o cérebro e as glândulas salivares.
O desenvolvimento do quadro neurológico leva à morte na quase totalidade dos casos. Atualmente, não existe tratamento eficaz para a raiva; os protocolos existentes são experimentais e apresentam resultados clínicos limitados. Apenas cinco casos documentados de cura foram relatados globalmente, todos com consequências graves e permanentes.
Dessa forma, a única forma eficaz de controle da raiva em humanos é por meio da vacinação e uso do soro antirrábico conforme as diretrizes internacionais e do Ministério da Saúde.
[1] https://www.saude.df.gov.br/
[2] https://abcdoabc.com.br/prefeitura-de-sp-prevencao-ao-hiv/
Anael Lopes 
