
Na noite do último dia 07 de julho, a reportagem do ABCdoABC [1] foi acionada para acompanhar denúncia de um paciente que, pela segunda vez em 16 dias, precisou utilizar os serviços de saúde da UPA Central de Santo André [2], localizada no Bairro Jardim.
O paciente, que prefere não se identificar, informou à reportagem que apesar da unidade de saúde não estar lotada (passava-se das 23h), havia pouco espaço disponível na sala de espera porque uma fileira de bancos estava inutilizada. Nossa reportagem esteve no local e constatou a veracidade do ocorrido (ver foto).
Sala de espera da UPA Central de Santo André - Thiago Quirino/ABCdoABC
Mais pacientes relataram o mesmo problema na UPA Central
O mesmo paciente também relatou outro problema. Na manhã do dia 23 de junho, ao precisar de atendimento de emergência por conta de uma crise de enxaqueca, a Unidade de Pronto Atendimento estava usando agulhas impróprias para aplicação de medicação e realização de exames.
“O funcionário foi educado ao informar que a Prefeitura havia comprado um lote inteiro de agulhas cegas e que por isso, eu iria sentir um pouco mais de dor para furar a pele", relatou o paciente. De fato, por falta de corte, o paciente teve dificuldades de receber a medicação recomendada. Questionado, o funcionário informou que não havia nada que pudesse ser feito sobre o caso, já que o lote inteiro de agulhas estava com problemas.
A reportagem do ABCdoABC procurou a Prefeitura de Santo André questionando sobre a precariedade dos serviços prestados na UPA Central e recebeu alguns esclarecimentos.
Prefeitura informa que não houve notificação referente as agulhas
Em nota a Prefeitura informou que a longarina foi substituída no dia 08 de julho, após comunicação da reportagem. Referente às agulhas, o Poder Público Municipal informou que nenhuma notificação foi reportada pelos colaboradores e para a responsável da farmácia e gestão.
Ainda segundo a Prefeitura, “em relação às agulhas não foi identificado nenhum desvio de qualidade e não há registro de queixas pelos colaboradores”, ou seja, não havia sequer uma ficha de notificação de queixa técnica.
A organização que administra as unidades de saúde do município é a SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina) que, conforme informação do Paço Municipal, tem como fornecedor de agulhas a empresa Cirúrgica Fernandes. De janeiro à maio deste ano, a SPDM recebeu dos cofres públicos R$ 78.281.934,38 para fomentar a execução de atividades de prestação de serviço no âmbito da Rede de Urgência e Emergência da cidade. O contrato com a entidade estabelece a obrigação de su
[1] https://abcdoabc.com.br/
[2] https://www.portaldasos.com.br/estrutura-gerenciada/unidade-de-pronto-atendimento-upa-central-2/